Uma terapia à base de luz capaz de substituir remédios tradicionais usados contra fungos e bactérias deve chegar aos consultórios odontológicos ainda neste ano. Desenvolvida pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a técnica usa LEDs (diodos emissores de luz) e tem a vantagem de evitar a resistência aos antibióticos.
Batizado de terapia fotodinâmica (TFD), o procedimento já é aplicado no tratamento de câncer de pele e de leishmaniose, mas sua utilização pelos dentistas é uma novidade. “Os protocolos de utilização estão prontos. Já definimos os procedimentos e só aguardamos as patentes”, afirma o físico Vanderlei Salvador Bagnato, professor do IFSC-USP e coordenador da pesquisa.
Inflamações da gengiva, periodontites, cáries e candidíase protética são exemplos de doenças que poderão ser curadas com feixes de luz. “A técnica é simples. Aplicamos uma substância, o fotossensibilizador, na região doente. Depois, iluminamos o local com a intensidade necessária para criarmos uma reação fototóxica. A substância reage com o oxigênio da boca ou do micro-organismo e acaba com o problema”, explica Bagnato.
A intensidade dos raios varia conforme o problema do paciente, esclarece a dentista Ana Claudia Pavarina, professora da Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara e uma das pesquisadoras envolvidas no desenvolvimento da técnica.
“Testamos diversos comprimentos de ondas eletromagnéticas, tempo de exposição e fotossensibilizadores para chegarmos às combinações mais adequadas para cada problema odontológico.”
Os pesquisadores ressaltam que os micro-organismos não conseguem criar resistência à luz, ao contrário do que ocorre, muitas vezes, com os antibióticos. “A morte das bactérias não está ligada à mediação de radicais químicos”, justifica Bagnato. Além disso, a técnica evita o uso prolongado ou excessivo de remédios. “O uso é tópico e direcionado na área afetada. O paciente se expõe menos”, completa Ana.
Preço baixo – Outra vantagem citada pelos especialistas é o baixo custo do tratamento. Eles estimam que a terapia à base de luz chegue ao paciente custando menos que o tratamento com antibióticos. “Os LEDs se popularizaram, estão bem baratos. E os fotossensibilizadores também são substâncias com custo baixo. Essa combinação deve tornar a TFD bem acessível”, diz Bagnato.
Fonte: Jornal da Tarde.
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